Estou de partida para lugar nenhum
porque aqui não é o meu lugar.
Parto sem procurar mundo algum,
Deixo para trás tudo. Devagar.
Foi tempo perdido aquele que vivi
Sob a bela manta de um sonho.
Foi tempo ganho aquele que aprendi
A amar sem saber de onde venho.
Dói-me a pura alma e o pobre coração
Por já não saberem sequer chorar,
Mas a dor que carrego na mansa mão
não sabe que destino há-de partilhar.
Triste do homem
Que não escuta seus passos.
Vive enfermo no catre
Ou não se ouve?
Triste do homem
Que não escuta a sua alma.
Vive enfermo da tristeza
Ou não se ouve?
Triste do homem
Que não escuta o seu coração.
Vive enfermo da desilusão,
Ou não se ouve?
Triste do homem
Que não escuta o pisco vadio.
Vive enfermo da amargura
Ou não o ouve?
De passos permanentes e certos
O silêncio carregado, mas atento
Uma dor potente e presa na alma
A crença viva de sentir a Boa Luz.
Mãos estendidas à esperança,
Bordão assente no chão ingrato,
Pensamentos num vôo continuo
A fé a queimar as vãs entranhas.
Cada passo é um passo a mais
Para chegar à Santíssima Mãe.
Aquela que acolhe e aceita,
Que ama, cuida, trata e perdoa.
As noites sem sonhos nem sono,
Tal a força das emoções vividas
Os dias estivais que aqueceram
O corpo, o sangue e o espírito.
Eis-me aqui eis-me ora presente
Após o caminho de celebração
Eis-me aqui dorido e fatigado
De alma repleta e coração pleno.
Não chores amor
Eu chorarei por ti!
Secarei as tuas lágrimas
Num lenço de pura seda.
Não fiques triste amor
Que a tristeza é coisa vil.
Ri de mim, Ri de ti.
E abraça-me… Só!
Não olhes amor.
Tudo o mundo nos vê
Os dedos nos meus assim.
E a paixão a escorrer!
Sempre que olho
para ti
enches-me
de alegria.
A tua cor
ou as tuas cores,
O teu cheiro
ou será perfume?
És a rosa
mais bela
do meu pobre jardim.
Uma luz
radiosa, clara
que ilumina
os meus tristes dias.
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Quero pegar-te
levar-te comigo.
Onde o mundo
desconheça
que nós existimos.
Secarás
às minhas mãos.
E eu chorarei
a dor de te
perder.
Queria ser o extenso mar,
verde, azul, cinza ou preto.
Doçura e raiva para mostrar,
Malagueiro, manso e quieto.
Queria ser como mar revolto
cuspindo som das entranhas
varrer a praia do pó solto
Viver aventuras tamanhas.
Sou um ribeiro escorrendo
Por entre pedras desiguais.
Tenho um sonho vendido
àquele que me der mais!
O tempo
é velhaco,
Leva-nos as horas,
os dias,
as semanas.
Deixa-nos
Memórias
Tristes umas
Outras…
Já nem o são.
O tempo
É vil.
Rouba-nos a alegria
De voltar
A saber amar.
Pilha-nos
A alma triste
Do pouco sangue
Que um dia
Encheu o coração.
O tempo
é criminoso
Mata-nos sem dó
A esperança
E o sonho.
Corta cerce
o velho ardor.
Inunda
as noites
de muitas lágrimas.
Queria beijar-te.
Com beijos simples uns
outros molhados.
Quentes os primeiros
Singelos os outros.
Queria abraçar-te.
Enlear-te nos meus braços
e apertar até sentir
o teu peito contra o meu
a arfar.
Queria amar-te.
Entregar-me assim,
sem condições, desejos.
Ou fugas.
Queria apenas amar-te
Mas como sempre,
há um tortuoso caminho,
demasiada tristeza,
um rio que não corre,
uma lua que não brilha.
Desafio de Agosto da Ana
Dia 1- luz da manhã
A noite mansa partia agora,
Após longas horas de vela
Não sabia se era dentro ou fora,
A tristeza de ela ser a mais bela.
Amava-a tanto e tão pouco
Que queria fugir, desaparecer.
Correr, correr como um louco
Para os seus braços e adormecer.
Aquela inebriante luz da manhã,
Sabia-lhe a gloriosas memórias.
Entre fardos, sacos e mantas de lã,
Eles amaram-se por entre estórias.
Uma lágrima cristal caiu da mão!
Para a minha neta
Beijei-te!
Um beijo simples, suave,
encharcado em carinho.
Tu sorriste inocente.
Beijei-te!
Gesto repentino e tão meu,
inundado de ternura ilimitada.
Tu aceitaste como dádiva.
Beijei-te!
Quantos mais receberás?
Tão iguais ao meu.
Tu agradeceste com o olhar!
Deixa-me beijar-te
até ao infinito.
Pois é, por ti, e até aí
que vai o meu amor!