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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Dia Mundial da Poesia

Escuta…

Escuta meu amor!

Sabes o que é este troar?

Este som abafado e doentio…

 

São as bombas

Que caem como chuva,

De um céu negro de esperança

E tristeza.

 

Desculpa ter ficado,

Não partir, não abandonar este país.

Pegar nas armas frias,

E morrer!

 

Um dia escreverás

Um poema em meu nome!

Com lágrimas expostas,

De mágoas infinitas.

Dia Mundial da Poesia!

Como não amar a natureza, como?

Nas flores primaveris, no Sol brando.

Como não escrever poesia, como?

Se há viva alegria para lá do pranto.

 

Como não querer amar, como?

A madrugada fria, o vento cortante.

Como não desejar sonhar, como?

Com a felicidade, o idílico amante.

 

Como não deixar a paixão, como?

Viver o risco sedutor da desilusão.

Como não ousar assumir, como?

Que a vida tem alma e coração.

Amanhã

Não há palavras nem poemas,

Nem gritos nem beijos.

Só esperanças e ensejos.

 

De um novo raiar luminoso,

Há outros sonhos renovados

Cem dias amargurados.

 

Desfolho estranhas semanas

Repletas de páginas em branco,

Dúvidas, desejos e pranto.

 

Dói-me a paz e o sossego

A alma, o espírito, a emoção,

A tua ausência e o coração.

 

Não quero perder o rumo,

De te ver só mais uma vez,

Liberdade!