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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Às mães

De que sangue são as mães,

Que ousam amar os filhos,

Para além da vida e da morte?

 

De que alma se revestem as mães,

Quando através de um vidro,

Celebram do filho doente, a vida?

 

De que vontade talham as mães,

Sob dores, tristezas e angústias,

A esperança de dias melhores?

 

De que cor é a crença das mães,

Nas lágrimas e nos beijos por dar,

No filho ausente em parte incerta?

 

As mães…

são feitas de sofrimento e agonia,

de risos e amparos, de dores e silêncios.

 

Perfeitos os corações das mães.

Provavelmente

Para a minha mãe Violeta

 

Provavelmente nunca lerás estas palavras

Porque nunca te ensinaram a aprender.

Nem me preocupa que não leias.

Aqui ficam apenas e só como testemunho

 

Provavelmente nunca lerás as minhas palavras,

Porque nunca aprendeste a ler-me.

Não me aflige esta tua ausência,

Porque sei que estás sempre presente.

 

Provavelmente nunca saberás que as escrevi,

Porque nunca te ensinaram a folhear a vida.

Não me entristece a tua distância,

Porque sei que serás sempre a minha mãe.