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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Dez anos de escrita!

Quando há uma dezena de anos me aventurei a dar luz ao que fui rabiscando durante muito tempo, parti do princípio que rapidamente fecharia esta loja de escrita.

É certo que também não tinha quaisquer responsabilidades (leia-se disciplina) em publicar aqui e assim fui deixando estar o espaço em aberto para acolher alguma ideia que eventualmente me surgisse.

Passado este todo tempo reconheço que fiz bem em manter este blogue. Um espaço reconhecidamente mais intimista e sereno, próprio de quem escreve por prazer e devoção.

Não posso, outrossim, deixar de referir os desafios de escrita que a partir de 2019 foram surgindo na blogosfera e que eu de uma maneira muito pessoal foi tentando responder com enorme prazer! Escrever tem sido, deste modo, uma espécie de terapia e com a qual vou desfiando algumas mágoas e muitas alegrias.

Contas feitas foram aqui publicados 320 postais dando origem a 2872 comentários e 349 favoritos. Números que serão efectivamente muito mais do que estaria à espera.

Por fim é tempo de agradecer encarecidamente a todos quantos contribuiram para que eu nunca deixasse de escrever.

Bem-hajam!

A gente lê-se por aí!

"40 anos" de Fátima Mano

- Mããããããiiiiiiiii ó mãããããããiiiii!

Isabel apareceu em tom aflito no quarto do filho, tentando secar as mãos a um pano.

- Que se passa Zé? Que gritaria é essa?

- Desculpa mãe, mas estou aqui com um problema e não consigo antever uma boa solução.

- Então qual é o problema?

- A professora Fátima entregou-nos este quadro para escrevermos um texto sobre ele… O que nos vier à cabeça…

A mãe olhou com interesse a pintura de Fátima Mano para finalmente dizer...

- Não vejo onde estará o problema. Olha… descreves o que vês…

- Achas isso fácil, mãe?

- Então não é? – depois arriscou – e o que escreveram os teus colegas?

O jovem fez um gesto de enfado perante a questão materna para finalmente responder:

- Oh… cada um diz sua coisa. Por exemplo a Ana de Deus viu o quadro de uma forma, a Ana Mestre de uma completamente diferente. O João-Afonso escreveu uma coisa ainda mais estranha, a Olga pior ainda…

- Que mal é que isso tem? Cada um vê as coisas de uma maneira muito própria. Então a Célia, a Maria Araújo, a Luísa, por exemplo?
- Essas escrevem tão bem que nunca percebo o que querem dizer…

- Então a culpa é tua que lês e escreves pouco… Eu bem que te aviso.

- Vá lá mãe… não sejas chata… pareces a Mia e a Cristina.

- Porquê?

- Porque elas estão sempre a dizer isso… que leio pouco… Então a Charneca em Flor

- Quem? Essa não conheço.

- Também não conheces a bii yue ou a Peixe Frito também minhas colegas e bem fixes por sinal.

- E os outros não são?

- São mas…

- Mas o quê? Escreve mas é esse texto que estou quase a acabar o jantar.

- Bem fizeram a Sam e o setepartidas.

- Que fizeram eles?

- Não posso dizer… é confidencial!

É proibido desistir!

A minha caixa de correio electrónico está organizada em muuuuuuuuuuuuuuitas pastas, nomeadamente com os nomes dos blogues ou autores da blogosfera com quem troquei uma mensagem ou comentário. Depois sempre que há intercâmbio atiro para lá as respostas ou os ditos comentários.

De vez em quando passo os olhos pelas pastas e fico triste, muito triste pela quantidade de autores que surgiram e depois de um momento para o outro eclipsaram-se.

De alguns ainda guardei um ou outro número de telefone privado e algumas vezes envio mensagem ou ligo. Mas a maioria... desapareceu sem deixar rasto.

Sei que a vida por vezes prega-nos partidas e nos atira para um pantano psicológico para o qual não estaríamos de antemão preparados. Por isso entendo alguns afastamentos... Mas tanta gente?

O pior de tudo é que eram escritores de altíssima qualidade e que deixaram simplesmente de aparecer. E é pena... muita pena.

Não nomeio ninguém em especial, mas a realidade é que cada vez mais dou conta de gente a entrar e sair deste universo de escrita como se estalasse dois dedos.

Sinceramente custa-me tanto a desistência...

Desafio das Cartas do Correio

Caríssimo leitor,

Esta missiva que ora se espraia é dirigida a ti. Verdade...

Todavia e em primeiro lugar espero que esta te vá encontrar confinado, mas não covidado (desculpa a brincadeira do trocadilho!) e de óptima saúde. Segundo lembrei-me de te escrever porque tu mereces-me todo o respeito e admiração.

Respeito porque alguém que se maça a vir a este blogie para ler uns textos que aqui vou depositando é alguém com coragem. Admiração porque simplesmente admiro os corajosos.

Há sempre uma questão que me fica a pairar nos lábios quando vou às estatísticas da plataforma SAPO e vejo umas dezenas de visitas e que é a seguinte: O que te leva, amigo leitor, a vir aqui ler e quantas vezes comentar?

Que o faças uma vez ainda admito e aceito. Mas regressares a este espaço parece uma atitude, quiçá, um tanto masoquista, não achas? Mas quem sou para te julgar...

Tenho consciência que uns textos até têm alguma graça, não no aspecto humorístico obviamente, mas tão-somente no seu conteúdo. Mas há outros que roçam alguma pobreza, diria quase franciscana.

Fica então a tal questão em aberto, para ti leitor que continuas teimosamente a vir aqui, e para a qual gostaria de uma resposta assertiva, mas acima de tudo sincera.

Termino com a assumpção de que não escrevo uma carta vai para muitos anos e só espero que esta chegue ao destino.

Sem mais subscrevo-me com votos de uma Santa Páscoa,

José

 

Resposta ao desafio proposto pela Célia do blogue Raios de Sol.

Um ano depois

 

Faz hoje um ano que iniciei este blogue.

 

Cento e trinta e oito posts depois e mais de uma centena de comentários é todo o pecúlio que aqui fui juntando.

 

Mantive-me claramente mais fiel a um outro blogue, de temas mais generalistas e que vou alimentando devagar. Quanto a este, fiz o possível por ser competente e audaz. Provavelmente sem sucesso!

 

Tenho porém a certeza, que as mais de 2000 visitas que consigo contabilizar se devem essencialmente à fase em que partilhei com a Fátima (ou Verniz Negro, como sempre aqui assinou) grande parte das “estórias” que aqui alternadamente fomos “desembrulhando”, numa aventura muito engraçada.

 

Foi uma experiência fantástica que me obrigou a disciplinar e a puxar pelo melhor e pior que tenho dentro de mim. Sem rodeios!

O futuro? Bem… nestas coisas de previsões, reside sempre a ideia de que se espera mais do que aquilo que foi feito. Todavia não sei se terei arte e engenho para tanto.

 

Desejo obviamente, neste meu primeiro post de aniversário, agradecer a todos quantos se maçaram a vir aqui ler, aos comentadores e acima de tudo exibir publicamente a minha mais profunda gratidão à Fátima, por todo o empenho, pela ternura, pelo carinho e pela sua tão natural capacidade para a escrita e que aqui colocou duma forma tão competente e profissional.

 

Um grande bem-haja para a minha amiga Fátima!

 

Vemo-nos (e lemo-nos!) por aí…