Eram três e vinte e cinco da madrugada quando um grito soou em toda a casa. Bom na casa, no prédio e nos edifícios contíguos. Houve quem afirmasse que o senhor Cassildo, um brasileiro bem pachola que vivia duas ruas abaixo, também ouvira o grito.
Felícia levanta-se de um salto ao escutar o berro da filha e corre para o quarto. Entra sem bater e encontra Maria Felícia já sentada na cama com as pernas em vê e uma mancha de água que se alastrava lentamente pelos lençóis.
- Está na hora, filha – disse para a rapariga. Depois dirigiu-se ao guarda-fato e retirou de lá um enorme saco que havia preparado para aquele momento.
À entrada do quarto surgiu também Felício que estremunhado perguntava:
- Que se passa? É preciso alguma coisa?
- A tua filha está pronta para dar à luz. Se queres ser útil arranja-me um táxi.
- Táxi a esta hora? Onde vou arranjar um agora?
Felícia responde em tom áspero:
- Que tal o teu? Achas que consegues chegar ao hospital?
O futuro avô dá uma palmada na testa e devolve:
- Tens razão. Vou já buscá-lo.
Antes de sair avisou:
- Quando estiver à porta toco a campainha.
- Tocas nada homem! Acordas toda a gente… Sabes que horas são… Bem bastou já o grito estridente que a tua filha deu. Eu vou descendo com ela devagar. Dará tempo.
Já no carro e quiçá por defeito de profissão, Felício pergunta:
- Para que hospital vamos?
- O que for mais perto… isso pergunta-se?
Todavia o primeiro hospital não aceitou a parturiente por não ter essa especialidade e de lá correram para outro que aceitaram a futura mãe. Nas urgências o médico de serviço perguntou de forma inocente à futura avó:
- O pai da criança?
Encavacada com a questão Felícia acabou por responder, mentindo:
- Está... está em viagem… mas eu fico com ela!
- Não é preciso! Está bem entregue. Vá para casa qu’isto pode demorar. Depois diremos alguma coisa.
- Eu fico aqui à espera.
- Olhe que pode demorar… - insistiu no aviso, o médico.
- Não importa… - naquele momento a porta automática fechou-se à sua frente e a filha desapareceu noutro mundo.
Sentou-se na sala de espera onde já estava Felício dormitando e deu-lhe a mão nervosa. Depois olhou-o e sorriu.
- Vamos ser avós, já viste?
- E de um catraio… - assumiu o táxista.
- Lá estás tu com essa teimosia… Que coisa a tua…
O tempo passou devagar. Encostados um ao outro os velhos Felícios dormitavam quando escutaram:
- Acompanhante de Maria Felícia…
A avó acorda assarapantada, mas levanta-se num ápice e dirige-se à pessoa que a chamara:
- Estou aqui… há novidades, senhor Doutor?
- Há sim! E boas!
- Ai Deus Nosso Senhor me ajude… e a ela também – agradeceu Felícia enquanto se persignava.
- Olhe que bem precisam…
- Ai… mas porque diz isso?
- Porque tem ali dois netos fantásticos. Ou melhor um neto e uma neta!
Felício que se aproximara abraçou a mulher e escutando as derradeiras palavras afirmou vaidoso:
- Eu não disse… amanhã vou preencher a proposta de sócio do Feliciano.
- Então e a Felicidade Maria?
- Vai ser sócia também!
Nesse momento entrou Mário Felício na sala de espera com ar esbaforido e vendo os pais, já nem usa o uotessape e questiona:
- Há novidades, há novidades?
Responde o agora avô:
- És um bi tio!
- Sou o quê?
Avança a mãe:
- A tua irmã teve gêmeos!
- Dois?
- Sim dois... E já chegam, não? - devolve Felícia!
- Então já sei quem é o pai das crianças...
- Quem é, quem é? - Perguntam em uníssono os pais.
- O Cabé que tem uma irmã gêmea... - naquele preciso instante a voz de Mário Felício foi perdendo fulgor, para finalmente acrescentar - que é a minha namorada e também está grávida.
- Ai... - suspira a mãe arregalando os olhos para o marido.
Felício no alto do seu clubismo afirma todo contente:
- Amanhã já vou buscar quatro propostas para sócios.
A certeza do aumento da família, cada vez mais visível no ventre arredondado de Maria Felícia, transformou totalmente o ambiente caseiro dos Felícios.
De lado ficaram definitivamente os telemóveis e o respectivo uotessape. Apenas Mário Felício ainda o usou durante umas semanas numa tentativa de falar com alguém de casa, mas como não obteve qualquer resposta acabou por desistir. Também se tornou curiosa a sua relação com a irmã, tantas vezes comparsa de festas e saídas nocturnas e agora sentia-a como ela fosse… uma estranha.
Na verdade Mário Felício não sabia ou não queria saber da gravidez da irmã e fazia todos os possíveis para se desencontrar dela.
Ao invés, o futuro avô Felício parecia andar nas nuvens. Na praça onde normalmente costumava parar o táxi pela manhã, já todos sabiam da novidade natalícia. Alguns ousavam chegar mais longe através de brincadeiras parvas e dichotes a que Felício respondia, por vezes a rir e outras com maus modos. Apostava todavia que a futura criança seria um rapaz e às dúvidas apresentadas pelos seus colegas, respondia invariavelmente:
- Lá em casa quem mando sou eu. Se digo que vai ser um rapaz… é um rapaz, mai'nada! Assim que ele nascer faço-o logo sócio do meu clube…
Houve mesmo quem lançasse uma ideia entre o machismo e o imbecil:
- E se for uma cachopa Felício? Também a fazes sócia do teu clube?
Resposta pronta:
- Obviamente! Antes do meu que do teu…
Entretanto Felícia aceitara mais uns trabalhitos de forma a “apouchar” mais uns euros para poder comprar coisas para a criança. Havia muito tempo que a roupa pequena dos filhos fora entregue a uma prima, mãe de uma ranchada de catraios.
Com o dinheiro ganho já comprara um berço, um marsúpio, um fraldário, uma banheira e algumas roupas. Todavia a filha parecia ainda não estar ainda bem consciente do seu estado e daí gastar mais dinheiro em vestimentas para esconder a gravidez do que em utilidades para a futura criança.
Certa noite, à mesa, a mãe sente que tem de fazer uma pergunta à filha. Teme, todavia, a sua reacção já que Maria Felícia tem um feitio… meio esturrado! Respira fundo e finalmente propõe-se a questionar:
- Filha, posso saber uma coisa?
A futura parturiente rabisca qualquer coisa num guardanapo usado com um lápis que apanhou algures e responde quase por instinto:
- Diz lá mãe…
Um silêncio entrou na cozinha de odores vários e finalmente:
- Quem é o pai dessa criança?
Maria Felícia ergue-se devagar da desengonçada cadeira e dirige-se em passo lento para o corredor parecendo fugir a dar uma resposta. Por fim devolve:
- Nem eu sei… mãe. Aquela noite foi… absolutamente inesquecível! Como podes ver - e apontou para o ventre dilatado.
A mãe leva a mão à boca estupefacta com a resposta e desabafa:
- Santo Deus… que família mais destrambelhada esta!
O jovem Ano Novo dormia após uma noite de alegria. Ainda chegou a tempo de alisar as alvas longas barbas do Ano Velho, que para sempre dormia já e por isso não lhe colocou a questão que tanto o atormentava agora que era o Ano mais novo: como é envelhecer em 366 dias?
Uma voz entrou na sua cabeça zoando:
- Tu até tens sorte vives mais um dia que os outros…
- Quem está aí?
A voz respondeu com uma invulgar doçura:
- Estarás a falar de mim?
- Sim esta conversa… eu estou a escutá-la dentro de mim…
Pela primeira vez o Ano Novo teve medo. As mãos suaram, a pele eriçara-se, o coração batera acelerado.
- Não temas que eu não te farei mal. Só quero o teu bem…
O ainda infante Ano Novo acalmou por fim, mas não se sentia ainda descansado e por isso decidiu:
- Vou procurar espalhar todos os dias uma semente de vida recheada de ternura, compaixão e alegria, pelos céus do Universo.
Na manhã seguinte todo o Mundo se admirou com o que caía do céu… Não era neve, nem folhas secas das árvores, nem algodão… apenas singelos laivos de esperança!
O Natal aproximava-se à velocidade de uma bota de sete léguas como rezava a antiga estória de Perrault! Por isso Mário Felício e Maria Felícia andavam numa fona desde o início do mês de Dezembro com óbvias referências ao que gostariam de ter no Natal próximo.
De vez em quando a menina mais nova escrevia no uotessape: Desculpem algum erro, mas este aparelho já deu o que tinha para dar... Tenho de ver se arranjo outro nem que seja em segunda mão (Maria Felícia sabia do pânico que a mãe tinha em comprar coisas em segunda mão!).
Mário Felício pelo seu lado era mais subtil e respondia assim à irmã: Não sejas idiota... esse telemóvel terá pr'aí um ano. Se tivesse uma consola para jogos com cinco anos... ainda terias razão. Entretanto Felício e Felícia faziam-se de surdos e cegos não dando qualquer seguimento às conversas dos filhos.
Na verdade pagavam da mesma moeda que os infantes haviam entregue aos pais aquando da campanha da azeitona, de má memória.
O Natal chegou enfim com a costumada alegria da época. Alguns acepipes na mesa, uma garrafa de tinto daquele especial que Maria Felícia trouxera do supermercado onde havia semanas era caixeira e uma lampreia de ovos, o doce preferido do chefe do clã.
A família Felício não fugiu à ancestral tradição e logo pela manhã a troupe juntou-se de volta da árvore de Natal pouco iluminada. No chão ao redor sapatos velhos, mal cheirosos e uns embrulhos.
Mário foi o primeiro a pegar na prenda que encontrou sob o seu sapato rôto. No entanto achou estranho que não fosse uma caixa maior, mas imaginou alguma brincadeira familiar.
Rasgou o papel colorido e logo percebeu que não teria o que imaginara. Ao invés desembrulhou um belíssimo cachecol de malha do Clube Desportivo e Cultural de Alguidares de Baixo.
Uma fúria nasceu dentro de si justamente quando a mana viu a sua prenda e ria a bom rir.
Mas quando Maria foi abrir a sua e descobriu que em vez de um novo telemóvel (como quase pedira!) recebera um conjunto de costura, rapidamente perdeu o sorriso para enorme gáudio do irmão.
No mesmo instante ambos olharam o casal de pais. Estes riam apenas.
Depois o Felício escreveu:
- Feliz Natal. Bonitas prendas, hem!
Logo veio a resposta. Mário primeiro:
- Tens cá uma graça!
Seguiu-se Maria:
- Sim, muito bonita a minha prenda. Tal qual a tua cara.
Entretanto Felícia abre a sua prenda e encontra um avental todo giraço!
Mas para o pai estaria guardado o melhor naco de fantasia. Aberto o embrulho o táxista encontra uma capa para o seu telemóvel.
- Boa malha! - escreve no uotessape.
Depois abre o involucro e constata que este tem o símbolo do clube que Felicio detesta.
Recua dois passos, deixa cair todo o corpo no velho sofá enquanto diz em tom furibundo:
Pairava sobre a urbe, naquele Verão inclemente, uma canícula que tudo tisnava. As pessoas fugiam da rua evitando o calor abafado, procurando naturalmente os locais mais frescos. Na precedente semana a chuva caíra a rodos tal qual as invernias. Agora aquele Estio… quase de um dia para o outro!
Felício estava sentado no táxi à sombra de uma vetusta árvore no Príncipe Real ouvindo um posto de rádio que só dava música do toni das “caminetes” e de outras cantores de qualidade duvidosa. Enquanto aguardava algum cliente mais imbecil por andar com aquele calor na rua, enviou mensagens à família via uotessape: sábado praia quem vai?
Durante três dias ninguém respondeu ao táxista. Também não insistiu. Admirou-se, todavia, com a mulher Felícia que andava sempre desejosa de enfiar o traseiro na água do mar. O fim de semana aproximava-se e nem uma mensagem. Até que na sexta feira à noite com todos sentados à mesa (uma raridade) Mário Felício comunica: amanhã folga. Bora ah praia?
O pai responde: imbecil perguntei isso na segunda e ninguém ligou patavina.
A mãe ajuda: eu sozinha também namapetece! Mas se formos todos até faço um arrozito de galinha…
Faltava a resposta de Maria Felícia altamente dedicada a enviar umas parvoíces no feicebuque. Finalmente percebeu a questão e respondeu: zanguei-me com a minha namorada. também posso ir.
Só Felício estava varado! Sem as devidas respostas a tempo combinara uma ida à pesca com uns amigos, para os lados de Peniche e não lhe apetecia estar a mudar a coisa. Respondeu: agora não contem comigo… vou pra fora! Desenvencilhem-se...
Não houve mais respostas de ninguém. Dava a ideia de que a praia… já era. Entretanto a canícula viera para ficar! As noites eram verdadeiros paraísos tropicais, originando que tanto Maria como Mário saíram logo após o jantar para beberem uns copos com os amigos. No entanto cada um seguira para seu lado, só regressando ambos altas horas da madrugada e quase ao mesmo tempo.
Daí terem-se admirado com o movimento inusitado em casa às seis da manhã! Quando entraram deram de caras com um pai hiper-super-maldisposto. A casa estava uma revolução e a mãe Felícia chorava na cozinha.
Mário pegou no telemóvel quase sem bateria e enviou uma mensagem ao pai:
“O que se passa?”
“Não tens nada com isso, desempecilha daqui e vai “masé” dormir! Que o teu mal é sono.”
“Isso é que não vou… quero saber porque a mãe está a chorar na cozinha”.
A filha Maria Felícia, entretanto, chegara-se perto da mãe e acariciava-a. Depois pegou no telemóvel e perguntou também ao pai: “que fizeste à mãe?”
“Não fiz nada! Ela que me desapareceu com a minha bóia talismã da pesca.”
“Qual… aquela que está no teu porta-chaves no carro?” – perguntou o Mário Felício.
Felício pára, senta-se no meio da tralha que desarrumou e acaba por dizer:
Foram todos à bola naquela tarde: Felícia, Felício, Maria Felícia e Mário Felício.
Todos de telemóvel em punho. Só podiam!
Passaram os primeiros seguranças mostrando os écrans! Entraram seguidamente no edifício, mas aqui foi necessário mostrar outra vez o equipamento onde estavam os bilhetes de entrada.
Após diversas tentativas lá conseguiram todos passar as cancelas e principiaram a subir a extensa escada.
Muitos adeptos aos gritos e a cantar enquanto escalavam andares. A família subia calmamente com os olhos pregados nos monitores do telemóvel. Finalmente no cimo respiraram fundo e penetraram na larga porta que daria acesso às bancadas.
Mário Felício escreve entretanto no uotessape : vou à cb!
Maria Felícia, a irmã: fazer?
Mário: regar as flores, estúpida!
Maria: imbecil!
Felício entra na conversa: calem-se os dois faxavor e tu menino vai à cb!
Felícia mais comedida escreve: ó homem deixa lá os miúdos!
Procuram os lugares, sobem mais escadas, atravessam metade da bancada e finalmente sentam-se.
O estádio ainda tem poucos espectadores… Felício redige: isto hoje não enche!
Mário já sentado devolve: quero lá saber! E fixa-se num jogo que tem no telemóvel!
Principia o desafio no relvado! As vozes dos adeptos soam pelo estádio numa algazarra fantástica. Agitam-se cachecóis, ecoam cânticos de incentivo à equipa, assobia-se o adversário, maltrata-se a família do árbitro até à décima geração!
Felícia via telemóvel: isto é sempre assim?
Felício: claro!
Mário grita sozinho: Gooooooolo!
Maria: onde?
Mário devolve: aqui no meu jogo.
Maria: não estás a ver a bola no relvado?
Mário: não consigo ver neste ecran tão pequeno!
A multidão entretanto berra em uníssono:
- GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLO!
Há quem dê saltos e abraços. E festeje alegremente o golo conseguido. Felício nem percebe o que está a acontecer pois tem os olhos pregados no ecran do telemóvel. Assim como os restantes elementos da família!
O jogo desenvolve-se de forma emotiva no relvado. De súbito Felício salta do lugar e por fim grita:
- GOOOOOOLO!
Ao redor daquela estranha família ninguém percebe o porquê daquele grito. Quiçá o vizinho da fila de trás, que acabou de rever o golo no telemóvel de Felício, consiga perceber!
A mãe Felícia ultima o jantar na cozinha. Fritas umas marmotas já meio rançosas que encontrou no fundo da arca congeladora. Conseguiu ler somente o ano da validade: 2003! Entretanto o arroz de tomate e pimentos já está quase pronto. Falta chamar o pessoal para a mesa.
O pai Felício vê as últimas novidades na CMTV (Cubo Mágico Televisão) sobre o record mundial de um mongol que conseguiu resolver um dilema do cubo só com os pés. Como bom táxista que é repete as notícias comentando-as ao mesmo tempo. Só que ninguém o escuta!
Maria Felícia foi para o quarto estudar, disse ela! Na verdade está há uma hora nas redes sociais com algumas colegas da escola a desancar nos professores devido às más notas que teve em matemática. Estudasses disse-lhe a professora! Filha da mãe, escreveu no feicebuque.
No outro quarto Mário Felício de consola nas unhas vai escrevendo apressadamente devido a um já inanarrável "Call of Duty". O problema é que o jogador do Burkina-Fasso não sabe inglês e faz tudo ao contrário. Depois de um dia a entregar comida de motorizada pela cidade só lhe faltava um tipo destes...
Finalmente o jantar está pronto. Felícia, a mãe, pega do telemóvel vai ao "uotessape" e envia para o grupo "calões" a seguinte mensagem: janta na mesa!
São oito da noite! Felício no intervalo antes do telejornal percebe movimentação na cozinha ao mesmo tempo que o telefone-mais-esperto-que-o-dono dá sinal.
Contrariado por não ver o início das notícias que são sempre mirabolantes, entra na cozinha enovoada dos vapores dos fritos e senta-se à mesa! A garrafa de vinho à sua frente está quase cheia e despeja para um enorme copo uma quantidade generosa de vinho tinto.
Chega Maria Felícia de olhos presos no rectângulo que poisa ao lado do prato, desdobra o guardanapo e enche o copo com uma bebida preta e borbulhosa, de tal maneira que extravasa o recipiente sujando a toalha. Tudo isto sem desviar o olhar.
Falta Mário Felício. Mas esse é costume chegar à mesa tarde e a más horas. Aparece desta vez a tempo com ar esbaforido. Senta-se e começa a servir-se do arroz... Todos sabem que ele odeia sopa!
O pai vai ao aparelho telefónico e pede sal à mulher que está sentada a seu lado. O filho no outro lado da mesa de 78 centímetros de largura pergunta a todos quem fez o jantar porque o peixe não se pode comer: sabe a fénico!
A mãe lê a mensagem e responde: vou chorar! E levanta-se da mesa para ir a qualquer lado.
Maria Felícia continua a trocar mensagens com alguém. E não parece nada feliz! De súbito Mário Felício ergue-se com estrondo da mesa e atira o telemóvel para o chão estilhaçando-se em mil pedaços.
Todos olham para ele aterrorizados! Como foi possível aquela atitude, questionam-se... E agora como irá ser? O que terá acontecido?
- ACABOU-SE A BATERIA! - grita o entregador da empresa "Toma e eats".
A mãe Felícia pergunta aos outros: - Ouviram isto?
A filha Maria Felícia responde: - Eu escutei. O que terá sido?
O pai Felício abana a cabeça negativamente e responde: - São os esgotos!
O filho Mário Felício já saiu. Certamente deve ter ido comprar um telemóvel novo!