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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Queria…

Queria ser um belo poeta,

Camões, Garrett ou Pessoa.

Queria ser uma simples seta,

Disparada por Cupido à toa.

 

Queria ser um bom escritor

Eça, Herculano, Namora

Queria ter esse primor

De saber colher uma amora

 

Queria escrever lindos poemas,

Coisas sentidas, quiçá choradas

Queria viver sentidos dilemas,

Gritos, raivas e dores caladas.

 

Queria escrever certas palavras

Que nunca ousei enfim dizer-te

Queria desenhar nas minhas lavras

O que é amar-te e querer-te.

 

Sou pobre e reles prosador.

De sonhos, amores e cantigas

Choro num brando fervor,

A triste escrita, as imensas fadigas.

7 comentários

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    amorlíquido 06.05.2020

    Acho que a Isabel tem razão
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    José da Xã 06.05.2020

    Sobre o quê?
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    amorlíquido 07.05.2020

    Ambas as coisas. Sobre a humildade no lugar errado e a beleza do poema!
    Um dia feliz
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    José da Xã 07.05.2020

    Bom dia,

    agradeço muito as palavras, mas em termos de poesia a competência deveria ser surpelativa.
    O que não é o meu caso.
    Reconhecer as suas fraquezas ou menor competência não será humildade, mas tão somente consciência real.
    O problema é que leio por aqui coisas simplesmente sublimes e quando me atrevo também a experimentar aparecem coisas assim...
    A matriz está muito elevada... e eu não consigo lá chegar.
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    amorlíquido 08.05.2020

    Não concordo. Quer dizer, acho que não há nada melhor que reconhecer fraquezas quando elas existem, porém não acredito que seja o caso.
    Por norma temos sempre tendência a ser mais exigentes connosco do que com os outros, o que faz com que encontremos defeitos onde eles talvez nem estejam presentes.
    José, na poesia não há comparações. Há ou não a capacidade de tocar no coração do outro, de fazer sentir algo nas profundezas do que somos. Mas sabe o que é melhor? Somos muito grandes, a nossa geografia anatómica permite-nos ter recantos que nem nós conhecemos. E nem todos, com as suas palavras, alcançam os mesmos lugares. Isso não significa menor competência, talvez maior criatividade.
    Já chorei com palavras talvez banais e já permaneci indiferente a reflexões que muitos achariam geniais. Não existe uma regra.
    Se sentimos o que partilhamos é porque é verdadeiro. Se é verdadeiro será belo.
    E não desista! Quero (e queremos todos) continuar a ler poemas seus. Que venham de si e que nos transportem para algum lugar.

    Beijinho
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    Sarin 12.05.2020

    Onde está o botão "favorito" para este comentário? :)
    Muito bem explicada, a essência da poesia: ser sentida em quem a lê, mais do que ser percebida por quem a lê.
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