Prosa-poema para um qualquer Janeiro!
Oiço-te da sala a rabujar após um sono de passarinho.
Não choras, não gritas apenas pedes que te tirem do berço.
Abro a janela e vejo-te erguida de léxico incompreensível.
Sorris e estendes-me os braços: socorro! Pareces tu dizer.
Elevo-te no ar qual pena e ofereces-me um abraço terno,
Como só tu sabes brindar, como só tu sabes desejar.
Aprendo contigo a amar devagar como o pôr-do-sol,
No horizonte de mar anilado. Sinto-me pequeno, frágil.
Rebolas alegre no chão e eu rebolo contigo. Brincamos.
Gatinhas entre bonecos e bolas, tapetes e sapatos teus.
A alegria desse teu olhar, o doirado do teu cabelo fino
Fazem-se sentir vivo. Tu és agora o Sol dos meus dias.
E a Lua brilhante de Janeiro!