Poema breve
Há no teu voar
sereno e ondulante
Uma liberdade
que eu não conheço.
Há no teu grito
sonoro e profundo,
Uma voz
que não sei traduzir.
Colada ao anil
tão claro e infinito,
Voas buscando
um novel caminho.
És um momento
de liberdade.
Partir por fim,
jamais regressar.
Escondes-te
nessa almofada,
que pinta
o céu de branco.
Sobes e desces
ao vento...
Esse nosso amigo
silencioso.
Sonho-me também
assim livre,
repleto de mundo
ao meu redor.
Sonho-me também
assim perto,
desse azul céu
límpido e perene.
Somos homem e ave
a ansiar,
que a noite escura
nunca chegue.
Ambos queremos
amar o infinito,
E achar
a vida num desejo!