Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Escrita a gosto! #29

Desafio de Agosto da Ana

Tema: caneca preferida 

Havia muito tempo que não entrava na casa que fora dos seus avós. Após a morte deles nenhum dos filhos conseguiu encontrar um acordo para a herança e assim a habitação ficou fechada e entregue às teias de aranha, ratos e demais bicharada.

Decorridos que haviam sido mais de uma vintena de anos, regressou a uma casa onde fora anormalmente feliz. Lembrava-se das madrugadas acordadas por um galo enorme ou o balir doce das ovelhas e borregos quando partiam para os lameiros. As tardes sob uma figueira a apanhar deliciosos "pingo mel". As noites sob uma lua luminosa e o cantar das cigarras... 

Empurrou a porta e esta abriu-se quase sem esforço. Entrou devagar olhando onde punha os pés enquanto afastava como podia as milhentas teias de aranha. Atravessou a sala escura e entrou na velha cozinha. A luz entrava pelas frestas das portadas de madeira deixando perceber o pó que andava no ar. Na parede um escaparate onde ainda resistiam algumas peças de loiça. Travessas, terrinas, chávenas, alguns pratos e até a caneca preferida do avô.

Retornou à sala quando de súbito viu um gato muito pequeno por debaixa da mesa. Aproximou-se devagar, mas aquele esquivou-se rapidamente escondendo-se por entre a tralha.

Sorriu e fechando a porta atrás de si disse:

- Hummm! Bela casa! Tem tudo o que eu gosto: gatos e recordações!

1 comentário

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.