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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Desabafo!

Porque quero escrever

Se mais não sei qu'isto?

Alinhar palavras e ver

Se vale a pena o misto.

 

Não serei nunca poeta

Pois nem sei chorar

Escrevo à dor pateta

Esta raiva de corar.

 

Desembainho motes

Que me dão alento

Ao ver nas frias fontes

O rosto do momento.

 

Que esperarás ó tu

Deste trágico viver

Que seja um gabiru

Até ao dia de morrer.

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