Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Contos Tontos - 41

Acordou sobressaltado. O Sol parecia querer despontar repleto de luz e cor. Copntudo um velho cortinado tapava quanto podia a luz solar. A seu lado a companheira daquela noite dormia ainda. Mexeu-se devagar de forma a evitar acordá-la, puxando os braços nus para fora dos lençóis e converteu as mãos numa improvisada almofada.

O tecto branco reflectia alguma luz oriunda da rua e ficou a observá-la pacientemente e a perguntar a si mesmo como chegara ali, ao ponto de estar na cama com a sua ex-mulher enquanto a amante o aguardaria no apartamento.

A vida dava cada volta…

Ouviu a voz feminina chamá-lo de mansinho:

- Jorge… estás acordado?

- Estou, mas acordei há pouco. Porquê?

- Porque tens de te vestir e ir embora rápido.

- Ups…

- O meu namorado é muito ciumento e não gostarias de o encontrar, nem ele a ti!

- A ver se eu percebo… tu dormiste comigo quando tens um namorado? E não me dizes nada?

- Tu também tens uma amante…

- Amiga colorida, se fizeres favor!

- Ou isso…

Jorge levantou-se num ápice, dirigiu-se à casa de banho onde se aliviou e buscou a roupa que vestiu apressadamente. Depois deu a volta à cama, baixou-se até ficar ao nível da antiga esposa que não se havia movido, deu-lhe um beijo na testa e declarou:

- Isto não é amor, nem traição…

- Então é o quê?

- Sacanice! E da grossa que nem eu, nem o teu pujante namorado merecemos.

Saiu então rápido batendo com a porta!

16 comentários

Comentar post