Contos Tontos - 41
Acordou sobressaltado. O Sol parecia querer despontar repleto de luz e cor. Copntudo um velho cortinado tapava quanto podia a luz solar. A seu lado a companheira daquela noite dormia ainda. Mexeu-se devagar de forma a evitar acordá-la, puxando os braços nus para fora dos lençóis e converteu as mãos numa improvisada almofada.
O tecto branco reflectia alguma luz oriunda da rua e ficou a observá-la pacientemente e a perguntar a si mesmo como chegara ali, ao ponto de estar na cama com a sua ex-mulher enquanto a amante o aguardaria no apartamento.
A vida dava cada volta…
Ouviu a voz feminina chamá-lo de mansinho:
- Jorge… estás acordado?
- Estou, mas acordei há pouco. Porquê?
- Porque tens de te vestir e ir embora rápido.
- Ups…
- O meu namorado é muito ciumento e não gostarias de o encontrar, nem ele a ti!
- A ver se eu percebo… tu dormiste comigo quando tens um namorado? E não me dizes nada?
- Tu também tens uma amante…
- Amiga colorida, se fizeres favor!
- Ou isso…
Jorge levantou-se num ápice, dirigiu-se à casa de banho onde se aliviou e buscou a roupa que vestiu apressadamente. Depois deu a volta à cama, baixou-se até ficar ao nível da antiga esposa que não se havia movido, deu-lhe um beijo na testa e declarou:
- Isto não é amor, nem traição…
- Então é o quê?
- Sacanice! E da grossa que nem eu, nem o teu pujante namorado merecemos.
Saiu então rápido batendo com a porta!