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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Contos tontos - 37

Acordou ao sentir a chave na porta. Abriu um olho e viu marcado no relógio da mesa de cabeceira: 3:20.

- Cada vez chega mais tarde. E mais bêbado... - pensou.

Porém ao invés da sua previsão, o homem entrou quase em silêncio, não acendeu qualquer luz, o que contrariava os seus antigos gestos, descalçou-se, despiu-se e meteu-se na banheira.

Já no quarto com o pijama vestido aproximou-se da mulher que fingia dormir, deu-lhe um leve beijo na cara e sussurrou:

- Desculpa. Sempre te amei e continuarei a amar-te.

Ela estremeceu, mas continuou a fingir.

Não sentiu o costumado cheiro a alcool, nem a tabaco e muito menos a perfume barato de alguma meretriz. Estranhou-o...

Ele deitou-se finalmente, puxou a roupa para se tapar e fez por adormecer.

Eram sete da manhã quando o despertador tocou. Ela mal dormira o resto da noite. Admirara-se daquela atitude e acima de tudo das palavras.

O despertador tocava e não parava. Chegou junto do marido e abanou-o com força na cama. Este virou-se, mas foi o empurrão dela não a vontade dele.

Estava morto!

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