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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Contos Tontos -16

Ela fumava um cigarro enquanto ele parecia dormitar. Não gostava por aí além do cheiro do tabaco mas a rapariga não sabia resistir ao impulso.

Ela parecia olhar a noite através da janela aberta. Ele fixara o olhar no espelho do guarda fatos de reflectia parte da cama.

Finalmente ela falou:

- Estás zangado comigo?

Ele respondeu de forma quase em surdina:

- Não!

- Não ouvi…

- Não! – respondeu num tom mais alto.

- Então porque estás assim tão triste?

- Quem te disse que estou triste?

- Percebo eu nesse teu silêncio sepulcral.

Ele nada mais disse.

Ela apagou o cigarro e levantou-se da cama e foi à casa de banho.

Ouviu a água a correr e viu-a sair nua.

Ela aproximou-se dele e beijou-o. Sabia a desinfetante oral. Ele respondeu ao ósculo com a ternura que o momento obrigava.

Finalmente ela ergueu-se e passou a mão pelas madeixas do namorado. Deu a volta e voltou a enfiar-se na cama, cobrindo-se com o lençol. O rapaz  continuava na mesma posição em que ela o deixara. Por fim perguntou:

- Não queres dormir?

Ele virou-se para ela e devolveu simplesmente:

- Sim, vamos dormir!

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