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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Contos tontos! - 10

Alta, bonita, jovem, de pele alva e olhos muito azuis. Os seus genuínos cabelos loiros davam-lhe um ar ainda mais sofisticado.

Usava quase sempre vestidos clássicos, nunca curtos e sapatos rasos.

Estudara muito e com isso dedicara-se por inteiro a uma carreira profissional. Não se lhe conheciam amigos nem amigas.

Fria, calculista era sobejamente conhecida pelo seu mau feitio.

Muito competente no seu trabalho, ria pouco e não dava espaço a penetrarem no seu mundo. Defendia-se.

O convite naquela tarde para um jantar informal entre todos os colaboradores viera por mail e partira da gerencia da empresa . Ela resistiu quanto pode.

- Não me parece muito simpático não aparecer - disse-lhe um dos directores!

Enfim no dia e na hora prevista lá apareceu, vestida informalmente com umas calças de ganga e um camisolão de lã, que a noite previa-se fria. Mesmo assim surgiu deslumbrante.

A maioria dos colegas não a conheciam e secretamente fizeram diversas apreciações marialvas.

- Muita gira a miúda! Mas tem um feitio do piorio, dizem.

- Grande "brasa". Onde é que "isto" está a trabalhar?

Avisados do seu terrível feitio ninguém teve coragem de se aproximar dela durante o jantar. E ela assim ficou quase sempre sozinha falando apenas algumas palavras de circunstância com os colegas sentados na mesa a seu lado.

Assim que o jantar acabou diversos colaboradores juntaram-se e decidiram:

- Pessoal vamos para a "night"?

Tanto as mulheres e homens mais jovens assumiram com entusiasmo o compromisso. E combinaram em que carros iam. E partiram todos.

Ao invés ela ficou ali, só, a olhar a noite fria!

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