Branco... e não só!
Hoje é o dia do bonito branco
Pai simples de todas as cores.
Da pureza com quem eu brinco
As laranjeiras e das suas flores.
Antes foi aquele vermelho forte
Do doce morango e do sangue.
Que sem este presente é a morte
Desta triste vida que é exangue.
Falou-se de um simples amarelo,
Aquele de um pôr e nascer do sol.
Uma cor por detrás de um novelo
Uma luz mais forte que nem farol.
Escreveu-se sobre uma linda rosa
Que é a cor intensa do feliz amor.
Uma flor, uma flama tão graciosa,
Um mero desejo plasmado em dor.
Tombaram castanhos e castanhas
No meu singelo e real embaraço.
Cores escuras e assim tamanhas
De todas as vidas, um só pedaço.
Os loucos azuis talhados de tons
Escuros, claros, vivos, eléctricos.
Mais do que o mar os seus sons
E os ensejos quiçá tão patéticos.
Verdes foram eles frescos, muitos
Que sem falhas todos esgalharam.
Uns simples, outros mais afoitos
Mas que a todos nós encantaram.
Ouve mesmo uma certa laranja,
Que assumimos ser cor berrante
Foi-nos servida numa bandeja.
Peça única, linda e esfuziante.
Para o fim ficou o infame preto
De cor só tem mesmo o nome
É mui estranho talvez obsoleto
O tom do luxo, da dor e da fome.
Texto escrito no âmbito do desafio da "caixa de lápis de cor" da Fátima,. Entram também a Concha, a A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Isabel, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o João-Afonso Machado , a Marquesa de Marvila e a Olga Cardoso Pinto.