Aquela cor!
Descanso a cabeça
Numa doce almofada
Insuflada
De ínclita esperança.
Cubro-me
Com cobertores de alegria,
Lençóis alvos,
E frescos de risos.
Sopro por fim
Na vela que a alma
Pobre, ainda vai mantendo
Quente e acesa.
É a vez de a noite,
Semear um silêncio,
Prenhe de fantasmas
E lícitas dúvidas.
Para acordar suado
De vontades e sonhos,
Miríades de luzes
E mansas realidades.
Mas há sempre
Um sol por detrás
Da montanha inerte
Que trás vida e cor!
É um novo dia,
Que somo
A tantos outros
Já lavrados
Nas minhas mãos.
Ora não busco fortuna
Nem lágrimas salgadas.
Nem dores ou fulgores.
Apenas percebo
Que no céu imenso,
Há uma outra cor
Que não sei distinguir!