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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Amarelo

Em velocidade quase moderada o carro negociava as curvas com suavidade, para no momento seguinte:

- Pela Auto-estrada ou pela Nacional? – perguntou ele quando reparou na placa de saída.

- Pela estrada Nacional… Daqui não dá para ver as mimosas… Como não temos pressa podemos ir por dentro…

- Tudo bem! – respondeu o condutor.

Quando entraram na encosta cortada pela estrada quase estreita, ela exclamou perante a imensidão de mimosas de amarelo floridas.

- Ai que coisa mais linda… que beleza… Não gostas?

Ele evitou dizer alguma coisa que a pudesse desiludir. Ela, todavia, insistiu:

- Tu não gostas desta paisagem?

Pronto tinha de ser…

- Eh pá, sinceramente o amarelo não é a minha cor preferida…

- Ohhhhh. Como podes tu dizer isso?

Após um breve silencio, ela continuou:

- Então também não gostas do amarelo do Sol quando torras horas na praia? E que dizer dos girassóis que plantaste no quintal?

- Ei, ei, ei… não é a mesma coisa…

- Pois não… isso sei eu. Então os prados repletos de tremocilha… que falavas do teu tempo de miúdo na aldeia?

De súbito nasceu-lhe uma ideia para terminar a contenda:

- Pronto assumo que posso em alguns casos gostar de amarelo…

- Ora vês… porque não assumir? Que coisa… és um nhurra teimoso!

Ela riu por perceber a vitória na bravata e avançou:

- Vá diz que gostas da cor e em quê...

- Pois… gosto muito de amarelo numa imperial bem fresquinha e nuns tremoços bem cozidos.

 

 

Texto escrito no âmbito do desafio da "caixa de lápis de cor" da  Fátima,. Entram também a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Isabel, a Luísa de Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor,, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila 

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