Rosa de Maio
Para a Fátima Soares com um beijo de muitos parabéns
Colhi-te numa Primavera.
Eras simplesmente um botão de rosa,
Fechado, temeroso e ingénuo.
O mundo era ainda uma aventura,
Mais que um desejo ou fronteira.
Com o tempo foste abrindo.
E logo o perfume começou a exalar.
Inebriante, doce, belo e sedutor.
Polvilhei-te então com pequenas gotas
De amizade fresca e sorriso jovial.
Um dia uma veluda pétala,
no dia seguinte um estame.
Uma noite um perfume,
na outra noite uma alegria.
E a rosa a florir feliz.
Um espinho deixou então marca.
Pois uma brisa levara-lhe a coberta
Balançando ao vento da tarde.
Do sangue quente e vermelho,
Veio o sopro que a desfolhou.
Já rasa de aveludadas pétalas
Olho-a ainda com doçura
Pois perdura o seu perfume.
Deixou assim de ser a flor singela
Para ser a Roseira Brava do meu jardim.