Prosa-poema para um fim de tarde
Daqui deste alto, tão alto onde toco as estrelas,
Vejo a linha de horizonte, ténue
Onde singelos pontos brancos roçam o céu.
Daqui deste alto, tão alto, onde abraço a Lua,
Noto alvas e serenas almofadas,
onde o sol, por fim, irá repousar.
Daqui deste alto, tão alto onde me sinto voar
Descubro o milhafre em voos brandos, pacientes,
Mira a sua presa perfeita e ingénua.
Daqui deste alto, tão alto agarro o vento,
Percebo a planície recortada por plúmbeos traços,
Alagar o vale de esperança primaveril.
Daqui deste alto, tão alto, há quem veja o mar,
Pode ser que sim…
Mas eu também não sei o que é o mar!