Saudade
Desbravo estas poucas palavras
Que elas matam as saudades de ti.
São folhas levadas pela brisa,
Repousando no teu terno regaço.
As tuas lembranças são-me tão caras
E os teus lábios sedosos tão fiéis.
Que os sinto quentes, fervorosos,
Como me tocassem neste instante.
Há no teu sorriso transparente
O fogo eterno da paixão bravia,
e do amor feroz que rasgámos,
em longas noites de lua cheia.
Quando sinto só, sei lembrar-te:
o olhar vivo, os lábios sedosos,
o corpo frágil, o cabelo em rebuliço
a vida envolta num pensamento.
Depois… depois quase feliz,
Respiro enfim, um ar perfumado…
É o vento que me traz o teu aroma…
A mar…e amar a terra fecunda…