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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Saudade

Desbravo estas poucas palavras

Que elas matam as saudades de ti.

São folhas levadas pela brisa,

Repousando no teu terno regaço.

 

As tuas lembranças são-me tão caras

E os teus lábios sedosos tão fiéis.

Que os sinto quentes, fervorosos,

Como me tocassem neste instante.

 

Há no teu sorriso transparente

O fogo eterno da paixão bravia,

e do amor feroz que rasgámos,

em longas noites de lua cheia.

 

Quando sinto só, sei lembrar-te:

o olhar vivo, os lábios sedosos,

o corpo frágil, o cabelo em rebuliço

a vida envolta num pensamento.

 

Depois… depois quase feliz,

Respiro enfim, um ar perfumado…

É o vento que me traz o teu aroma…

A mar…e amar a terra fecunda…

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