21 dias na aldeia (10)
IX - QuadrasSonhei estar no paraíso,
Com as estrêlas por teto.
Acordei e encontrei-me
No belo Covão do Feto!
Como o rei ambicioso
Que procura a felicidade,
Para encontrar o Amor,
Abandonei a cidade.
Fui encontrá-lo - calculem -
(longe de mim tal ideia!),
Numa terra pequenina,
Numa linda e bela aldeia.
Cabeço de Santa Marta!
O teu cume é um mirante!
Uma tôrre, ao pé de ti,
É um micróbio e um gigante!
Linda Lapa da Marrada!
Tua abóbada é um portento!
As pedrinhas a bruilhar,
São estrêlas no firmamento!
Ó algar dos Fetalinhos,
Que pareces não ter fundo!
Talvez sejas uma estrada,
Direitinha ao fim do mundo.
Não há água mais fresquinha
Do que a tua, ó Alviela!
Nem nascente como essa
Assim tão cantante e bela.
No Covão, as raparigas
usam estrêlas no olhar.
- Quem más dera viradinhas,
Para mim, a cintilar!
Ó aldeia encantadora
Não há outra igual a ti!
Mas conserva a leis campestres:
Ama e sofre, canta e ri!