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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

21 dias na aldeia (10)

IX - Quadras

Sonhei estar no paraíso,
Com as estrêlas por teto.
Acordei e encontrei-me
No belo Covão do Feto!

Como o rei ambicioso
Que procura a felicidade,
Para encontrar o Amor,
Abandonei a cidade.

Fui encontrá-lo - calculem -
(longe de mim tal ideia!),
Numa terra pequenina,
Numa linda e bela aldeia.

Cabeço de Santa Marta!
O teu cume é um mirante!
Uma tôrre, ao pé de ti,
É um micróbio e um gigante!

Linda Lapa da Marrada!
Tua abóbada é um portento!
As pedrinhas a bruilhar,
São estrêlas no firmamento!

Ó algar dos Fetalinhos,
Que pareces não ter fundo!
Talvez sejas uma estrada,
Direitinha ao fim do mundo.

Não há água mais fresquinha
Do que a tua, ó Alviela!
Nem nascente como essa
Assim tão cantante e bela.

No Covão, as raparigas
usam estrêlas no olhar.
- Quem más dera viradinhas,
Para mim, a cintilar!

Ó aldeia encantadora
Não há outra igual a ti!
Mas conserva a leis campestres:
Ama e sofre, canta e ri!