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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Eu e o mar!

Queria ser o extenso mar,

verde, azul, cinza ou preto.

Doçura e raiva para mostrar,

Malagueiro, manso e quieto.

 

Queria ser como mar revolto

cuspindo som das entranhas

varrer a praia do pó solto

Viver aventuras tamanhas.

 

Sou um ribeiro escorrendo

Por entre pedras desiguais.

Tenho um sonho vendido

àquele que me der mais!

O tempo!

O tempo

é velhaco,

Leva-nos as horas,

os dias,

as semanas.

 

Deixa-nos

Memórias

Tristes umas

Outras…

Já nem o são.

 

O tempo

É vil.

Rouba-nos a alegria

De voltar

A saber amar.

 

Pilha-nos

A alma triste

Do pouco sangue

Que um dia

Encheu o coração.

 

O tempo

é criminoso

Mata-nos sem dó

A esperança

E o sonho.

 

Corta cerce

o velho ardor.

Inunda

as noites

de muitas lágrimas.