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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Um gesto inspirador – XVII

Resposta ao desafio da Ana

Custou a Alcides abandonar os seus alunos, mas tendo em conta a proposta irrecusável, seria louco não aceitar o emprego de responsável pelo departamento de investigação com meios, tanto humanos com técnicos, ao seu inteiro dispor.

Quando entrou pela primeira vez na empresa, Ângela já se demitira tal como prometera, de forma a que não houvesse qualquer choque de interesses.

Porém antes, naquela manhã, Alcides retirou do seu roupeiro aquele fato, vestiu a camisa de punhos branca, colocou uma gravata e finalmente enfiou os botões de punho na camisa. Olhou-se ao espelho, respirou fundo, pegou na carteira e no telemóvel e partiu para o novo desafio.

Após as milhentas apresentações Alcides foi finalmente introduzido num amplo gabinete com vista para o Tejo.

- Será este o seu gabinete daqui por diante! – disse o administrador-delegado e responsável pelos Recursos Humanos.

- Obrigado… mas… não seria melhor ficar mais perto do laboratório?

- Claro e terá lá uma pequena sala de trabalho… Mas quando necessitar de fazer uma reunião este gabinete parece-nos adequado.

Aproximou-se da ampla secretária onde encontrou um envelope dirigido a si. Admirado pegou, mirou-o e percebeu que estava fechado. Finalmente abriu-o, retirou a folha de dentro e leu:

Viva Alcides,

espero e desejo que entres nesta empresa ciente que és uma forte aposta da administração para a evolução.

Estarei sempre a teu lado… sempre… mesmo que não me vejas.

Termino com um conselho: as pessoas nessa empresa são seres humanos!

Não te esqueças disso. Nunca.

Com amor,

Ângela

 Alcides só soube sorrir!