À beira da ribeira!
Sentado à beira desta ribeira
Oiço com inesquecível nostalgia
Fugindo célere por entre pedras
O marulhar da água trigueira
A coberto, pleno de sombra
Agitam-se calmamente
Infindáveis freixos e amieiros
Pardais se aninham de sobra.
Nesta paz assim tão serena,
Recupero dias e memórias,
De outro tempo tão longe,
De uma saudade plena.
Ao redor, onde o sol repousa
Estala a palha e o restolho
Corre o lagarto, sibila a serpente
Canta o grilo, voa a mariposa.
E quando a noite desce,
Prenhe de vida invisível,
É o momento do silêncio
Repousar na minha prece!