Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

À beira da ribeira!

Sentado à beira desta ribeira

Oiço com inesquecível nostalgia

Fugindo célere por entre pedras

O marulhar da água trigueira

 

A coberto, pleno de sombra

Agitam-se calmamente

Infindáveis freixos e amieiros

Pardais se aninham de sobra.

 

Nesta paz assim tão serena,

Recupero dias e memórias,

De outro tempo tão longe,

De uma saudade plena.

 

Ao redor, onde o sol repousa

Estala a palha e o restolho

Corre o lagarto, sibila a serpente

Canta o grilo, voa a mariposa.

 

E quando a noite desce,

Prenhe de vida invisível,

É o momento do silêncio

Repousar na minha prece!