Contos tontos - 32
Sentada à secretária com o portátil, Bárbara disparava mensagens por correio electrónico para todo o lado. Depois esperava algumas respostas que voltava a devolver com actualizações.
Frenética e imperturbável despachava serviço à velocidade da luz. As mensagens continuavam a cair e ela a responder… até que leu aquela.
“Sei que estás muito ocupada mas tens de comer não tens? Pago eu… Fico à espera!”
Viu o remetente mas não conheceu.
- Engano… - suspirou.
Depois pensou no que haveria de fazer. Responder ou enviar a mensagem para o lixo? Sorriu interiormente e optou por responder:
“Adoraria jantar!”
E seguiu assim sem mais. O nome encontraria ele no endereço. Aguardou.
Novo mail.
“Sou um idiota. Convidei-a e nem me apresentei. Sou o Renato. E a que horas? Fico à espera.”
A devolução.
“Sou a Bárbara e às oito estarei pronta.”
Ficou a aguardar resposta provavelmente com um pedido de morada. A mensagem não chegou e ela continuou a despachar serviço. Por fim…
“Quer que a vá buscar a essa morada ou prefere outra?”
A brincadeira parecia ter tomado dimensões acima do esperado. Mas o desafio parecia ser assaz curioso tanto mais que não lhe havia dado o endereço. Respondeu:
“Aqui mesmo!”
Resposta pronta.
“Até logo!”
Embrenhou-se no trabalho até que a secretária bateu à porta e perguntou se podia sair.
- Que horas são Alzira?
- Faltam dez minutos para as oito.
Fechou de supetão a tampa do portátil, pegou no casaco e saiu com a colaboradora.
- Vamos depressa que tenho um encontro para um jantar…