Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Contos tontos! - 7

Era uma daquelas tardes brandas que o Verão sabe oferecer. O sol acariciava o pópulo de forma serena.

Dois jovens namorados caminhavam devagar nos trilhos desenhados no imenso parque. De mãos entrelaçadas, falavam de trivialidades nada interessantes para o comum dos mortais mas essenciais para eles.

Procuravam um banco para se sentarem. Mas os que foram surgindo estavam todos ocupados! Aqui três idosos relembravam tempos passados. Mais à frente uma jovem universitária parecia estudar grossos compêndios. Do outro lado duas idosas tentavam dirimir um conflito entre duas amostras de cães que teimavam em se zangarem um com o outro..

E os jovens caminhavam.

Logo à frente diversas senhoras teciam nacos de algo enquanto desfiavam longas conversas. Num outro banco um sem abrigo dormia ao sabor da pacata tarde.

Finalmente o tão desejado banco. Sentaram-se os jovens e voltaram a entrelaçar-se um no outro. Mesmo ao lado outro casal, este já de longa e provecta idade, parecia também namorar.

A jovem foi a primeira a reparar. E chamou-o à atenção. Ambos riram à sucapa. Perguntou ela:

- Será que daqui a muitos, muitos anos também namoramos assim?

Resposta pronta:

- Claro! O nosso amor é eterno!

Ela sorriu, respondeu que sim mas simplesmente não acreditou!