Leitura breve
Folheio aquela caturra sebenta,Dos meus longos dias passados,
E releio com dor todas as palavras,
Que ali fui enfim depositando.
Nas folhas amarelas e puídas
Parecem arabescos desenhados
As palavras rasuradas e reescritas
Que quase nem sei decifrar.
Leio e releio o que ficou à tona,
A substituir as palavras primeiras,
Estas são mui velhas, quase mortas
Ora cortadas a negro profundo.
Quero apagá-las, fazê-las desaparecer
Deitar-lhes o fogo e deixá-las arder.
Ou simplesmente afogá-las,
Nas lágrimas que já não sei verter,
Há livros destes que não gosto de (re)ler!