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José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

José da Xã

Escrever mesmo que a mão me doa.

Contos tontos! - 2

O carro seguia dentro dos limites, na auto-estrada. Ele conduzia e pensava, ela dormia profundamente.

O alcatrão negro desenrolava-se à frente tal qual um manto. E a viatura consumia quilómetros.

Entretanto o espírito dele viajou para um passado tão longínquo que quase não acreditou que tivesse existido.

As festas, as brincadeiras, as amigas e os amigos, as partidas aos colegas... Esboçou um mero sorriso ao lembrar-se! Olhou para o lado, onde ela dormia. Vinda também do seu passado notou-lhe então os rasgos cravados na face, o pescoço quase flácido, os cabelos de cor cinza. Mas ainda era bonita... E como ele a amava...

Quanto tempo passara desde a última vez que ele lhe sussurara a palavra mágica. Perdera o conto.

Umas vezes por isto, outras por aquilo, acabaram por se afastar!

De súbito ele falou em tom sonoro:

- Amo-te!

Acordada subitamente pela palavra, perguntou:

- Disseste alguma coisa?

- Eu? Eu não... Devias ser tu a sonhar!

2 comentários

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    José da Xã 17.06.2015

    Mais uma estória de amor mal resolvida.

    Há nas relações muitos vezes estas distâncias que se vão criando...
    Como num caminho em que nos enganámos é necessário parar e perceber onde foi que desviámos do trilho correcto. E voltar atrás e recomeçar tudi de novo.

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